Maíra em palavras

Lonesome

E essa coisa de ir ao cinema sozinha está me fascinando cada vez mais e, cada vez mais, faço coisas sozinha e gosto dessas coisas. Agora... Tenho medo de me acostumar com isso. Tenho medo de gostar de vez desta solidão. É quase que uma onipotência o que sinto, quando estou só. Posso tudo! Sozinha só me ouço a mim mesma, eu comigo. Gosto muito disso! Ai, saco! Por quê? Dominar é bom, mas posso, sim, ser dominada, mas não hoje que estou aqui, no cinema, exercendo minha autoridade de assistir ao que eu quiser, a hora que eu quiser. Cheguei cedo, porque eu quis assim. Quis ficar vagando, só pra passar o tempo. Quis não ter que falar com ninguém durante algumas horas. Nem "boa noite" tô querendo. E eu posso não querer, porque estou sozinha. E é difícil não encontrar alguém conhecido, mas hoje dou-me o direito de fingir não conhecer. Porque estou sozinha.

E amanhã também estarei. E depois, e depois, e depois... Até um dia, quem sabe, encontrar alguém que queira também ficar sozinho, comigo.

*

O filme que assisti foi The Bourne Supremacy. Bom filme. Agitado demais, altas perseguições, lutas, mortes, over, over. Mas gostei, sabia?