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quarta-feira, fevereiro 18, 2004

Contradições

Impossível dizer que o medo foi embora. Nem mesmo tendo certeza absoluta que sua boca estava lá e que, posso até jurar que a minha também estava. Nem mesmo, jurando de pés juntos, que os seus olhos eram só dos meus e que sua mão tava na minha. Nem se eu disser e vou dizer que você sussurrou no meu ouvido e beijou a minha nuca. Nem assim ele se foi. Esse medo que parece mais um braço, uma perna, todo grudado em mim, necessário.

Às vezes acho que ele até me defende, me alerta. Serve de arma, escudo, proteção. Idiota. Não quero ser protegida de você. Prometi tanto esse momento a mim mesma, que medo nenhum tem o direito de interferir. Ô, coisa azeda que faz questão de estragar o doce que eu senti na sua língua. Qual o prazer em fazer do calor dos teus braços um arrepio solitário? De uma palavra inebriante, o mais puro veneno?

Dane-se este medo! Dispenso minhas armas. Não preciso de mais nada neste momento. Só de você e basta. Só preciso de você e pra isso arranco até um braço!

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