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segunda-feira, novembro 03, 2003

Mais uma vez, finjo que consigo

Tenho esse músculo involuntário, que deu pra me atormentar e desorganizar minha ordem e ferir o meu caos e brincar de dono de mim, quando tudo parecia (ainda) muito calmo. E agora não vejo mais um caminho, porque ele me cegou e fez tudo novo e disse vai lá, mulher, porque é lá que você vai ter que ficar. E eu fui e tô indo e não sei onde vai dar e se vai dar... Espero que dê da forma mais linda e pura como tem que ser, senão não tem razão.

E quem foi que disse que a razão comanda o coração? Quem foi que disse que alguma coisa comanda o coração? Músculo carrasco, que ainda por cima dói e dói em mim, que não pedi nada disso. Quando sangra, sangra em mim. Quando chora, usa as minhas lágrimas e molha o meu rosto e aperta a minha garganta. E nunca ouve quando imploro que pare... que, pô, ta brabo e vê se me larga e dá um tempo.

Espicaça os meus momentos e prolonga todo o vácuo. Tira minha inteligência e leva toda a pressa. Fico, de todo, sem abrigo e também sem voz. Faz como quem cala um barulho e coloca a poesia. Faz eu me esquecer do que importa e inventar um algo urgente, só para aliviar a dor, que essa sim tem toda pressa. Deixa eu acreditar que só porque pulsa, estou viva e que nem o sono e nem a comida vão, sequer, resolver. Deixa a minha insanidade dirigir meus atos e disfarça a loucura com um sorriso fixo. Eu eu finjo...

Finjo, porque o sorriso é lindo e necessário e me dá calor, por isso ainda aceito que continue batendo, dessa forma, dentro do meu peito.

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