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segunda-feira, setembro 01, 2003

Êta, privilégio!

Eu estava pensando (sem piadinhas, por favor)... Nós, pessoas de vinte e poucos anos (bem poucos) somos privilegiadas! De verdade. Se Deus tivesse me perguntado em que época eu gostaria de nascer, não teria escolhido outra. Nascer no final dos anos 70 foi totalmente estratégico. Nada mais oportuno. Com certeza vivo a melhor geração. Por quê?

- Graças a Deus, não sou da época da Renascença, quando mostrar o tornozelo era considerado atentado violento ao pudor,
- Nem das décadas de 40 e 50, quando o auge da diversão era pegar um cineminha,
- Nem do tempo da brilhantina, quando só se dançava aquele Rock n' Roll a la Grease nas festinhas,
- Nem participei da revolução sexual, do Paz e Amor, quando um bando de fedidos drogados e peludos se agarravam ao ar livre,
- Nem era responsável pelos meus atos nos anos 80 (e nem pelas roupas bregas que eu vestia e que eram super na moda),

Vivi intensamente a década de 90, que convenhamos, ainda não teve o merecido reconhecimento. Quando bem criança me divertia com o Atari, depois com Nintendo e todas as evoluções do videogame, mas também aproveitei todas as brincadeiras de rua, Pic-Bandeira, Queimada, Mamãe-da-Rua, Cinco Corta, Esconde-Esconde, Gato Mia, Salada Mista, Pega-Pega, e todos os jogos maneiríssimos, Banco Imobiliário, Jogo da Vida, Detetive, Scotland Yard, War, Super Master, Imagem e Ação, Cara Maluca, Quina, Dominó, Traço Mágico, Blefe de Mestre, Cai-Nao-Cai, Bonecas Moranguinho, saquinho, Fofolete, Super Trunfo, Operação, Barbies e Bobis (que depois virou Ken), Pogobol, Lango-Lango, Murphy, Walk Machine, e outros.
Fiquei entre a geração do vinil e a do MP3. Sou da geração do cassete, que ficava escutando rádio com o dedo engatilhado nos botões "record" e play", só para gravar as músicas da moda e chegar na escola com a melhor coletânea. E quando me distraía e perdia o início da música... Que raiva... Até ligava pra rádio e pedia pra tocar a música de novo...
E de qualquer jeito, aproveitei as facilidades da internet, toda a tecnologia, toda maquiagem com glitter, carros importados, carros nacionais com cara de importado, baby-liss, microondas e todas as coisinhas necessárias.

Vivi o dólar a 1 real e vi o Brasil tirar um presidente do poder...

Também vi a destruição da música brasileira, mas consegui pegar o finalzinho de Cazuza e Legião Urbana. Tá certo que adorava As Paquitas, Menudos, Polegar, Dominó e Balão Mágico, mas isso foi há muito tempo...

Acompanhei a retomada do cinema nacional, sem pornografia, o que é ótimo. O que era "Dias Melhores Virão" com Marília Pêra? Isso passou em algum cinema?

Vivi a época da liberdade de escolha, da diversidade de opiniões, estilos, mots, tribos.

Ainda bem que continuo vivendo!

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