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sexta-feira, agosto 22, 2003

Viva a literatura de confessionário! Viva as narrativas em primeira pessoa! Viva os autores-personagens e todas as suas egocentricidades. Viva! Viva! Viva MATRIOSHKA, que é sim pra valer, apesar da dúvida de muitos e da "super normal" demora em sua publicação. Chega de contadores de histórias, que não sabem nada do que estão falando. Chega de observadores da vida alheia, que inventam situações com começo meio e fim. Argh!

Quero ler um livro e sentir a alma do escritor. Quero ler um personagem de verdade, que vive de verdade, que sangra de verdade. Não quero belas histórias, nem grandes peripécias. Quero frases geniais. Muita ironia! Tudo em primeira pessoa, cheio de eus por todos os lados. Diário. Voz. Tem que ter a Voz. Voz que fala de verdade e que tá ali, porque você quase pode ouvir. Você não consegue parar de ler, por causa da Voz. A Voz te segura e não é a trama. Repito: é a Voz. Mesmo sabendo o que vai acontecer, você não consegue largar o livro, porque a Voz te grita cada vez mais alto. Nada mais te interessa. Dane-se a história. É a Voz, é o conflito do "eu" que importa. A Voz que o Fante tem como ninguém, que faz você acreditar que morou em Bunker Hill durante toda a vida e jurar que um dia escreveu O Cachorrinho Riu. E não é só ter a Voz, é ter graça, ironia e grandes frases. Ah, isso é. Muitas boas tiradas! Pequenas coisinhas, que fazem valer o livro todo. Pequenas coisinhas que espero que estejam lá, em MATRIOSHKA, porque é pra isso que o fiz. Só pra isso que o fiz. Não foi pra mudar a vida de ninguém, nem nada. Por isso peço que tenham paciência e aguardem a publicação e que apreciem cada frase e cada coisinha e que procurem ouvir a Voz, mesmo que pareça quase afônica.

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