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quinta-feira, março 12, 2009

Kitsi e Eu

Uma vida depende de mim. Não, queridos, não pari nenhum filho ainda, mas mesmo assim continua sendo uma vida. Há 4 dias adotei uma cadelinha. Aaah, só isso?? Rá rá, quem dera fosse só isso! Uma coisa é você se preparar pra ter um cão, ir até o criador, escolher o mais saudável e mais alegre e mais bonito da cria e, indubitavelmente, saber quem o pariu e quem pariu quem o pariu e quem pariu quem pariu quem o pariu e assim por diante. Até garantia de compra e venda você recebe. Você estudou, analisou, adquiriu todas as informações sobre a raça, sobre o comportamento, os hábitos... Até mesmo quantos centímetros mensais as unhas do bicho vão crescer você sabe. Mas não tô falando disso. Tudo muda quando, num dia qualquer, quando você sai para um passeio qualquer com o seu tão educado e tão equilibrado poodle (também adotado, mas já faz tanto tempo que você acha que ele sempre foi assim) e, de repente, dá de cara com uma feira de adoção que desperta seus desejos mais íntimos - os de salvar todos os animaizinhos perdidos, abandonados e mal tratados da face da Terra - e, sem pensar duas vezes, você escolhe o serzinho mais carente e mais sozinho e mais amedontrado e mais rejeitado de todos os presentes e o acolhe em seus braços (que no dia seguinte, doem desesperadamente devido a uma distenção por peso excessivo) e o chama de "meu filho". A coisa toda muda mesmo, porque você age por impulso. Um impulso chamado Amor. Abriga, então, aquela criaturinha tão surrada e, consequentemente medrosa, porém incapaz de apresentar qualquer desejo de te ferir. Como pode ser?????? me pergunto. Como podem ser tão generosos esses bichinhos?? Eles nascem aos baldes, como micróbios e, pior, são tratados como tais. Sofrem a impiedosa lei do mais forte, já entre os seus. Sentem na pele (cheia de feridas)a dor de terem nascido "do nada" e a rejeição dos humanos que tem a "infelicidade" de abrigá-los. Vêem o mundo por meio de grades, como que já condenados por, que crime? Vêem seus direitos de cães serem, simplesmente, tirados de si, a cada tapa, a cada chute e soco e desamor e, meus queridos leitores, AINDA ASSIM SÃO INCAPAZES DE NOS MOSTRAREM QUALQUER SINAL DE AGRESSIVIDADE! Meu Deus! Por muito menos, nós, seres-humanos matamos nossa própria espécie! Matamos nossos filhos, vendemos nossos irmãos, violentamos nossos pais, porque somos interesseiros. Em que mundo estamos? Os bichos têm também seus interesses: comida e carinho. Que mal há nisso? Quando criança ouvia uma música que dizia: "Seria genial ver o mundo com os olhos de um animal...". E a cada dia tenho mais certeza disso. Por que não agimos sempre pro bem, com os nossos instintos? Ao invés disso deixamos nosso racional, nossos interesses mais podres tomarem conta e ferrarem com a coisa toda. Quero que saibam que resgatar um cãozinho do mundo violento e abusivo em que vive (seja um cão, um gato, um pássaro ou uma criança) é a coisa mais louca, mais insana e, principalmente, mais gratificante que alguém pode fazer. Eu fiz, minha gente, e não me arrependo. Tô cortando um dobrado com a minha Kitsi, assim como, na época, cortei dois com o Pipo. Mas hoje sei que sou amada, não só por eles (claro!), mas por muitos estranhos que admiram o meu gesto, pela minha família (que apesar de não gostarem tanto assim de bicho, sabem que são parte de nossas vidas), e, principalmente, por Deus, que, tenho certeza, nesse exato momento, encontra-se cercado pelas almas dessas criaturinhas tão sensíveis e tão angelicais que nos dão companhia, nos entendem, nos protegem e nos amam incondicionalmente. Mesmo quando nos esquecemos que eles também sentem dor e também foram criados por Deus e também têm necessidades. Shame on us! And bless the little ones.

Amo-te Kitsi e Pipo e todos os seus semelhantes e opostos.

Obrigada por tudo!

14 comentários:

Unknown disse...

Sem comentários p o que você escreveu Má!
Realmente se cada um fizesse algo, não precisa encher a casa com todos que achar sabe?! mas o minimo é não virar as costas, não ver as coisas erradas e deixar passar ... Seu gesto foi nobre e mostra o coração gigante que você tem... Quem não pode adotar, pelo menos não abandone, não maltrate, o minimo é respeitar!!
Parabéns pela sua nova filhota...que com certeza amada já é!!!

beijos

paticabral disse...

so uma palavra> lindooooooooooooooooooooooooooo

Anônimo disse...

Bem vinda a família Kitsi!
ah o Tim mandou uma lambida!

Danilo Leite Fernandes disse...

Além de ser bonita e talentosa ainda é uma pessoa super sensível a ponto de fazer essas reflexões. Adorei você e concordo com tudo que o você escreveu.

Carla Lorena disse...

Nossa tanto tempo sem blogar e nos presenteia com esse texto lindo...valeu Maíra...Nós seres humanos somos "nadinha" mesmo e nos achamos "tudo"...bjão

Unknown disse...

Quanto amor! Achei lindo esse gesto. É essencial que as pessoas pensem e ajam dessa forma para um mundo cada vez melhor.

grupo gauche disse...

Isso mesmo, são os que nos dão o carinho mais sincero do mundo! e que dependem muito da gente! tenho um cachorro com quase dez anos e é como um filho! ^^ abraço

felipesfr disse...

vejo muita sensibilidade no que escreveste e concordo plenamente com tudo que colocaste no post..

tem uma frase que diz, que quanto mais conheço a humanidade, mais gosto do meu cachorro... digo de maneira metaforica que o nossa "racional" se torna nossa irracionalidade..

perfeito...
o ato.. para alguns pode ser pequeno e insignificante, mas com atos assim, tenho certeza que teriamos uma humanidade melhor...

párabens..

Patricia Castagna disse...

LEGAL!
É uma pena que nem todos tem essa sensibilidade não é mesmo. Eu particularmente adoro animais...
Adorei o texto

beijos

Anjuh disse...

Atraente...
Gostei do seu estilo...
Sinto em vc uma pessoa detalhista,acreditoque vc escerve impressionantemente bem...
Parabens!

Éter Na Mente disse...

Adorei seu post.
Lindo ver pessoas q ainda tem essa sensibilidade.
Abraços fraternais

Maria Fernanda disse...

É a diferença entre os que falam e os que fazem.
Parabéns, Kitsi, por sua inteligência ao escolher a mais bacana das mães!
Parabéns, Tia Maíra, por trazer mais uma amiga ao nosso convívio.
Muitas lambidas de carinho!
Maria Fernanda e Maria Clara

Carla Almeida disse...

Lindo texto!!!
Tambem adotei um focinho do Abrigo da Serra, e a emoção de ver minha Luaninha desabrochando e perdendo o medo da vida não tem preço... Aproveite sua dogtrip!
Bjka.

Unknown disse...

poxa maíra...

até chorei lendo isso , com toda sinceridade q há no meu coração...

cara, vc num faz ideia de cm eu me sinto quanto a esse assunto,

quando eu era pekena q eu ainda ñ entendia mt bem q ter um bichinho tb era ter mt trabalho e gastos...

eu sempre q via um cachorinho, um gato... sempre q eu via um desses bichos na rua eu keria leva-los pra casa, daí eu pedia a minha mãe, e ela dizia q ñ, pq nós ja tinhamos um, daí eu começava a xorar, e xorava até xegar em casa, e ficava o dia inteiro pessando nakele bichinho, largado, sem amor, sem carinho, e ainda maltratados por um filho da puta qualker!!

mas eu creci e hj eu entendo q ñ posso trazer todos eles pra casa, mas sempre q eu vejo algum, perto da minha casa, eu dou agua, comida, brinco...

enfim, mas eu ñ dexisti, e um dia eu ñ vou leva-los pra minha casa, mas eu vou leva-los pra um abrigo q eu msm vou fazer, pra cuidar de todos eles, pra dar comida, agua, e acima de tudo carinho!!

Deus me ouça, e me de condições de realizar esse sonho!!

parabens Maíra por esse gesto tão lindo!!

bjÛ