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sexta-feira, dezembro 24, 2004

Sofrer... Eu não entendo por que sofrer agora se o que passou foi tão lindo. Nada justifica derramar lágrimas depois de tudo o que fizemos... dissemos... Não combina. Definitivamente devemos arrumar uma outra forma de terminarmos tudo isso. Lágrimas destoam. Nada contra as lágrimas, que fique claro. Despejaria milhões de gargalhadas se estas lágrimas fossem de alegria. Mas não são. Caramba, não são! Por isso não quero rir. Calo-me profundamente. E elas, as lágrimas, jorram de tal maneira que parecem que fogem. De mim. Algumas morrem na minha boca, prolongando ainda mais o meu silêncio. Não posso falar. Não ouso romper esse fluxo tão intenso que invade o meu rosto. Mesmo que sem razão de ser, ele existe. Ah, como existe! Você sabe que ele existe. Você viu as minhas lágrimas. As provou, que eu sei. Pareciam amargas? Pra mim, pareciam. Tão límpidas e, quem diria? amargas. Nada a ver, repito! Tudo foi muito doce desde o início: banco do calçadão, brisa no rosto, lábios pulsando, mãos se encontrando... Tantas palavras gentis... Será que a brisa as levou? Sinceramente, quero saber aonde tudo foi parar. Porque tenho certeza que estava aqui, em algum momento, de alguma maneira. Eu acho... Talvez esteja guardadinho, em segurança, esperando um outro dia, uma outra brisa. E quando/se encontrar, será sem querer, meio de surpresa, da mesma maneira que veio, da primeira vez. E, talvez, eu goste da mesma maneira e sorrie da mesma maneira e passe a achar que toda lágrima vale a pena.

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