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segunda-feira, fevereiro 02, 2004

A Master Saga de Um Cartão de Crédito

Aconteceu que na mesma semana tive meu Visa Eletron derretido pelo sol de Ipanema, enquanto me bronzeava, e meu Mastercard desleixadamente abandonado em uma loja no Rio Sul. A esta altura, já não havia restado cash algum pelas minhas bolsas (sim, leitores, bolsas, várias, todas as cores, uma para cada produção, sapato, cinto, cabelo, humor). Juntando todas as moedinhas perdidas cá e lá, cheguei à bagatela de 2 reais. Exatamente o valor de um picolé na praia.

Disque Itau contactado rapidamente, pois vá saber se vendedoras de loja não se animaram com o meu tudo-fazia-crer abandono do cartão de crédito? Bloqueado instantaneamente. Oquei, oquei, peço outro que vai chegar quando? Como assim, minha senhora? Em dez dias úteis? Deeeeez? Mas, mas, mas, e minha vida até lá?

Muita economia. Nunca economizei tanto. Até que, como o maná caído do céu, surge ele, o Master, enviado pelo porteiro. Estou salva, pensei. Nem tanto, nem tanto. Ainda faltava a senha, aquela que pedem quando o seu cartão tem chip. Chip? Meu cartão tem chip, ai, ai. Um pequeno passo até que nossas calcinhas tenham também. Surtei. Ainda mais quando a "minha senhora" informou que senha só chega em alguns dias, pelo correio. Pra quê????? Pergunto. Pra quê quero cartão sem senha? Pra quê??

Acabei descobrindo que ainda existem máquinas "jurássicas" (assim disse "minha senhora"), que ainda aceitam cartões sem questionarem o tal do chip. Então, feliz da vida, saio eu em busca de diversão e comida. Primeira parada: livraria. Budapeste sorri pra mim e eu pra ele. Pergunto sobre a máquina e está tudo certo. Ela está lá e quer o meu cartão. Passa uma vez: bloqueado. Passa outra vez: bloqueado. Mais outra: filhinha, não deu pra entender que o cartão tá bloqueado? Como assim? Eu desbloqueei. Então ligo pro papai (lê-se: dono do cartão) e ele liga pra "minha senhora" e está tudo certo (pelo menos um pouco mais certo do que da primeira vez). Há, há, há, o cartão continuava a rir de mim. Bloqueado, querida, não vai dar. Como não vai dar? Ninguém diz pra mim que não vai dar! Budapeste será meu custe o que custar (29 reais e alguns centavos + muito mico na frente de todo mundo).

Papai entrou em ação mais algumas vezes, até celular morrer. Desespero. Passa o cartão só pra testar, né? Autorizado! Autorizado! Teve até comemoração no recinto. Quase pude ouvir os aplausos.

E cartão ameaçou repetir a dose no restaurante. Dei um grito e ele cedeu. Ufa! Deu tudo certo. Podia até estar muito feliz e tranquila se não fosse a quase total falta de gasolina que me deixou numa dúvida terrível: chegarei ou não em casa naquela noite? Escolhi então o caminho "para baixo": todos os santos ajudaram. E tenho quase certeza que a última gota de gas foi utilizada para transportar o meu carro rampa da garagem à cima. Dúvida: como farei para descê-lo amanhã?

Amanhã, só amanhã (toda esta saga se sucedeu no sábado à noite).

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