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quinta-feira, fevereiro 05, 2004

E parece que esse negócio de saudade não quer me largar...

A partir do dia 4, ganhei mais um motivo para senti-la: morreu Hilda Hilst.

Aflição de ser eu e não ser outra.
Aflição de não ser, amor, aquela
Que muitas filhas te deu, casou donzela
E à noite se prepara e se adivinha
Objeto de amor, atenta e bela.

Aflição de não ser a grande ilha
Que te retém e não te desespera.
(A noite como fera se avizinha)

Aflição de ser água em meio à terra
E ter a face conturbada e móvel.
E a um só tempo múltipla e imóvel

Não saber se se ausenta ou se te espera.
Aflição de te amar, se te comove.
E sendo água, amor, querer ser terra.


(Hilda Hilst)

Lélis diz:
acho q esse poema tem a sua cara, sei lá..

Má diz:
pôxa...

E a saudade continua pregando peças... Pessoa Importante que o diga...

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