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sexta-feira, janeiro 30, 2004

Ai, que saudade...

"En suma, desde pequeño, mi relación con las palabras, con la escritura, no se diferencia de mi relación con el mundo en general. Yo parezco haber nacido para no aceptar las cosas tal como me son dadas." (Julio Cortázar)

Não o conheci, assim da maneira como se conhece as pessoas, falando com elas, talvez amando, odiando, sabendo de coisas e tal. Nunca se quer o vi, como quem vê um transeunte ou um vizinho, ou um amante ou amigo. Sei do seu nome: Julio Cortázar e sei de suas obras e biografia.

Tenho saudades das conversas que não tivemos, das cartas que não trocamos, dos telefonemas e emails nunca enviados, das dedicatórias simpáticas que nunca a mim foram direcionadas. E talvez, tudo isso, porque hoje comemora-se o Dia da Saudade e porque 2004 seja o Ano Internacional Julio Cortázar (20 anos de sua morte), não sei. Só sei que morro de inveja de Isel Rivero (poeta cubana), sua "amiga de alma", com quem manteve por seis anos uma correspondência intensa e estreita. Única vez que desejo ser cubana.

E foi também nesta mesma data, do ano de 1912 que nasceu Herivelto Martins, pai de minha amiga Yaçanã. Saudades...

Tantos são aqueles de quem sinto saudades. Alguns mortos outros vivos, outros, certamente, ainda por viver.

SAUDADE

Vontade de estar junto sem poder...
É dor que dá no peito sem querer,
Mistura de paixão e agonia,
Que dilacera e deixa a alma vazia.

Posso suportar, sim! O que dizer?
Se nada mais me leva até você...
Se o sol veste seu luto todo dia...
Para velar o amor que existia.

Será que tens idéia da saudade
Que pouca a pouco mata por maldade,
Como quem flor por flor mata um jardim?

Não acho que tenhas conhecimento,
Da falta que me faz, do meu tormento,
Senão, correndo, voltava pra mim!

(Maíra Carneiro)

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