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segunda-feira, agosto 25, 2003

Eu quero sair daqui! Preciso sair daqui!

Tá incontrolável a vontade de fugir. De pegar minhas coisinhas e partir pra uma vida de verdade, com sofrimento de verdade e uma casa, só minha, de verdade. Nem que seja um quartinho pra mim e pros meus filhos. A gente se vira de qualquer jeito. Mentira! A gente se vira droga nenhuma. A gente precisa de conforto, de hidratação capilar semanal, ração para cão cardíaco, gasolina para o Peugeot, sushi de vez em quando, linha telefônica, celular. Coisinhas que só consigo ter enquanto não tiver uma casa só minha (lê-se: despesas só minhas). Por enquanto vovó paga a luz e paga o IPTU e paga o condomínio e telefones e outras coisinhas, quando eu peço com jeitinho.
Odeio não poder sair correndo. Odeio ter que ver meus livros esmagados dentro da estante velha. Odeio ver minhas fitas espalhadas pela casa inteira. A verdade é que sou medrosa, mesmo. No início do ano, já havia decidido pegar tudo o que é meu e partir pra São Paulo, alugar um cantinho e sofrer pra burro atrás de grana. Não consegui. Podem me xingar, me bater. Eu mereço. Pensei bem e acho que a minha vida é aqui, no Rio de Janeiro. Quero ser independente, sim, mas no Rio de Janeiro. O mínimo de prazer eu tenho que ter, não acham?

Um dia tomo coragem e viro gente. Um dia emagreço, arrumo uma mega fonte de renda e compro um apartamento em Ipanema. Definitivamente tem que ser em Ipanema. Um dia eu vou reler este post e constatar que tudo acabou bem. Um dia...

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